sábado, 26 de abril de 2008

Na busca de um constante devir

O ser é devir porque sempre está se fazendo, sempre está por fazer. Este sentido do ser como devir tem a ver com a idéia de ser como “processo”; mas infinito, eterno, sem possibilidade de fim. Desse modo, a ontologia nietzschiana combate a ontologia “estática”. Os argumentos de Nietzsche são contrários aos da razão do platonismo. Contra o uno opõe Nietzsche o múltiplo, isto é, a pluralidade do ser em suas manifestações, que são as perspectivas (múltiplas) mediante as quais o homem aborda o mundo, assim, o homem é uma pluralidade de vontade de potência, cada uma com uma multiplicidade de configurações e meios de aparecimento.É nessa visão que ele introduz a noção da vontade de potência como um princípio metodológico da tarefa de reavaliação dos valores, isto é, a transvalorização dos valores e finalmente a multiplicidade dos mesmos. Dessa maneira, devemos reconhecer que a história de uma coisa pode ser uma sucessiva cadeia de sinais de contínuas novas interpretações e adaptações. Descobrindo uma vontade de potência por trás da noção dos valores morais, e delineando a procedência e descendência dos valores, a finalidade de uma genealogia da moral é refutar as pretensões universais dos valores morais.[2] A genealogia é um significativo exercício de crítica, por ser capaz de expor que todos os valores e ideais são frutos da alteração e desenvolvimento históricos, desse modo, nada é fixo e imutável: tudo o que existe, inclusive as instituições legais, os costumes sociais e as normas morais, evolui e são produtos da vontade de potência. Nesse sentido, os valores para Nietzsche devem ser avaliados a partir de sua força de vida. Todos os valores são, portanto, sintomas que devem ser interpretados a partir da pluralidade de forças, pois a combinação de forças traz diferentes perspectivas aos acontecimentos, não havendo, assim, valores universais.Nietzsche

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